DEDOS DE PROSA (IX) – NADA ME ABORRECE

Ontem, após o jogo Botafogo x Flamengo, fui para o Botequim Chalé, ponto de encontro de todas as torcidas que têm algo a comemorar. Pude perceber que, no meio de uma massa de alvinegros eufóricos a gritarem e cantarem o hino do Glorioso o tempo inteiro, apareceram alguns adversário envergando suas camisas. Tomaram seu chope, fizeram seu lanche, sem ser incomodados, sem ser escorraçados dali, como sói acontecer. Gostei disso, porque futebol é apenas um esporte, que, embora nos leve a cometer loucuras, não nos autoriza a agredir os adversários em ocasiões como essa.

Hoje, pela manhã, saí à rua, nas imediações do prédio onde moro, e percebi que o dia está mais lindo. O sol emite raios pretos e brancos alternadamente, numa velocidade estonteante, como na canção de Caetano Veloso, que fica imperceptível para olhos não alvinegros. Recebi alguns cumprimentos pela conquista do meu time, diante de um adversário encardido, para o qual tínhamos sucumbido nos três anos anteriores. Mas, como ontem disse o primo Luís Henrique, na euforia da comemoração, o raio não cai quatro vezes no mesmo lugar. Também, se caísse, seria muita urucubaca, com perdão da má palavra.

Por isso, hoje, nada me aborrece!

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