Passamos os últimos meses de 2011 sob o terrorismo das autoridades sanitárias e políticas com previsões catastróficas sobre o surto de dengue deste verão, a se anunciar avassalador como nunca antes visto na história deste país. Esperava-se, inclusive, a importação da dengue tipo 4, inédita entre nós, que prometia devastar nossa debilitada saúde pública.
As autoridades – pensava eu – mais advertiam do que trabalhavam contra a epidemia, o que me levou a sentir profundas saudades de Oswaldo Cruz. Não do bairro do Rio de Janeiro berço do samba, mas do sanitarista que debelou, no início do século XX, a varíola e a febre amarela de uma cidade cheia de cortiços, águas paradas, mosquitos, brejos, manguezais, pântanos, precária rede de esgotos e de água tratada.
Pois, agora, informam os meios de comunicação que a dengue caiu cerca de 62% em todo o país. Contudo, em vinte e dois municípios baianos, ela se mostra mais incidente.
Para isto tenho cá minha teoria de caráter muito particular e duvidoso, reconheço, mas que não me furtarei a desenvolver rapidamente. É bom esclarecer que este blog tem como princípio editorial a veiculação de tudo que for da minha vontade. Portanto…
Como todos sabem, o tal aedes aegypti gosta de água parada e gente parada. Aliás, gente em movimento não é atacada por mosquitos e muriçocas. Com o alvo em movimento, tais insetos perdem a mira. Na Bahia, assim, só diminui a infestação quando chega o carnaval. O pula-pula atrás dos trios elétricos é a melhor vacina antimosquito.
No entanto, enquanto o mexe-mexe do carnaval não toma conta das ruas da Bahia, o normal é vermos o baiano relaxado, tranquilão, deitado numa rede ou espichado na praia. Aí, meu amigo, ele se torna alvo fácil, e o mosquito faz a festa.
Deste modo, considero explicado o fato das condições precárias em municípios baianos, relativamente à dengue.
Já, já, a situação melhora. Podem crer!
Depois, na Quaresma, é outro caso a preocupar.
Olha o aedes aegypti aí, gente! Chora, infectado! (em ricardoorlandini.net).