Leve
A folha velha
Sob suave brisa
Baila em zigue-zague
Antes de cair solitária
Sobre a lâmina d’água
Que corre ínfima
Ao lado da calçada.
E vai assim extinta
Do verde que exibia
Envaidecida
Há pouco ainda
Na amendoeira frondosa
Em frente à praia
Até sumir na grelha
Boca de lobo do esgoto
Para o seu destino.
Assim como nós outros.

Gostei muito do poema, estava procurando Para tambor e voz, da Adélia, e cheguei no seu blog. Acho que talvez nos conheçamos, do tempo em que eu escrevia ainda no Linhadepesca, mas posso estar enganada. Um abraço, poeta.
PS: onde andará Adélia, estará bem pós pandemia? Espero que sim. Bom sábado!
Vera Queiroz (aka Clara Lopez)
Obrigado pela leitura e pelo comentário. Há tempos não vejo notícias sobre a grande Adélia Prado, uma das nossas mais interessantes poetas. Um abraço!