Preciso confessar
Um pouco constrangido
Que tenho passado
Bons bocados,
Ainda que tenha cortado
O açúcar
Da minha vida.
Tenho visto ocasos,
Tenho ouvido
O barulho das ondas
A quebrar aqui em frente.
Tenho sentido aromas,
Curtido sons saudáveis
De rock progressivo.
E sentido frio
Que espanto com conhaque,
E certo calor escaldante
Sob ar refrigerado.
E provado
Amores desmesurados,
Amizades vivas,
Que empurram as vicissitudes,
As contrariedades
Para o passivo,
E esperando tranquilo
O futuro inominado
A se insinuar,
Logo ali à minha frente,
Preciso, mas dissimulado.