o dia ilude e nada parece tangível.
as coisas lindas
são todas findas sem memória
ao contrário do poema.
a realidade é mais dura que o concreto dos edifícios
e não há ilusões possíveis no passeio público
na cinelândia ou na praça tiradentes.
a arte do municipal vai mal
e nem há livros na biblioteca nacional
que possam explicar o que ocorre nas ruas.
todas as ideologias são estéreis
não importam seus decibéis.
afora um dó de peito
uma dor de cotovelo mal curada
e uma unha encravada
o resto não justifica tanto desespero.
Uma dor de cotovelo, uma unha encravada e o Botafogo…o resto, tá certo.
Falou tudo, professor, disse-o bem. Ainda bem que temos o poema enraizado na alma, esse "espelho cristalino que ganhei de uma morena".